sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Dilacerante juventude

Vivendo os pequenos e desconhecidos prazeres mundanos como se fossemos crianças cujos dentes nascem.
Temos a certeza de que somos indestrutiveis
Bebemos
Usamos drogas
Fumamos
Abdicamos à saude como a chuva abdica o mês de junho
Acreditamos no amor livre e que ele realmente existe dentro de humanos.
Sexta feira fazemos questão de beber uma misera gota de alcool para não perder o costume vital de aproveitar cada ultimo dia de minoridade, colocamos meia arrastão, jeans, botas e saltos altos. Colocamos nossa jaqueta fugindo de aulas e buscando sexo.
Viramos ateus, fascistas, edonistas, egocentricos, contraditorios, capitalistas.
Queremos ser Dorian Gray por apenas mais alguns anos. Queremos todas as vantagens dos 17 e reclamamos de tudo e todos que vão contra isso. Precisamos de certezas sobre o bom e o ruim, e vamos atrás disso, por que simplesmente não aceitamos que só pelo fato de alguém dizer que é errado consumar certo fato iremos ouvi-los, que graça teria apenas aceitar.
Fazemos tatuagens para ter o gosto do arrependimento.
Nos sentimos libertinosos em meio de todos três acordes e vozes desafinadas.
Não precisamos entender nem aceitar, apenas precisamos fazer nossa juventude enquanto nosso eterno retrato envelhece por nós.


Natalia com insonia.



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