Na minha busca, eu me encontrei, até duas. Encontrei perguntas demais, mas achei também respostas. Encontrei a dor, a felicidade. Encontrei ruinas, e construi outras. Uma busca é feita de abandonos e de crescimento.
Na busca real encontramos respostas dentro de nós mesmos, mesmo que tenhamos de inventa-las, pois é isso que somos, mentiras. Falsidade e ilusão.
Na minha busca procurei a Natália. Acabei conhecendo a Anita.
Entendi que é isso que somos, mentiras e falcetes.
Ao longo da minha busca fui encontrando coisas que só me levavam a outras perguntas.
Desisti e me conformei, algumas vezes.
Descobri os prazeres.
Descobri a felicidade, o dinheiro. O alcool e o tabaco. A musica e a escrita. O prazer e o capitalismo.
Fui apresentada à vícios, e conheci o declínio.
Me distanciei das respostas, talvez com medo de me encontrar com a verdade. Achei necessaria as mudanças.
Parei de me iludir.
Não sei mais mentir.
Nem sei mais comer uma tigela de brigadeiro sozinha num domingo.
Parei de me preocupar com o colégio e com outras pessoas.
Não aposto mais em um mundo melhor.
Não me exponho mais tanto ao sol.
Encaro o sofrimento e me aliei ao alcool.
Não junto mais dinheiro e transformei minha fobia social em opção de vida.
A muito larguei a TV, e me acostumei ao tédio.
Parei de achar ruim e de me decepcionar. De me indignar.
Não tentei mais fazer amigos, me arrependi disso depois.
Entendi que somos todos movidos por interesses, e que os caras só se interessam por sexo.
Compreendi que é bom se entregar aos prazeres se sabe como modera-los.
Parei de acreditar no amor.
Mas não consigo abandonar a busca por ele.
Tenho compreensão por aqueles que como eu não encontro suas respostas. Pena das que não tentam. E compaixão pelos que se perdem.
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